segunda-feira, 14 de abril de 2008

Libere a pessoa que você ama. (autor desconhecido)


Agarramento não é sentimento; é sentimentalismo, que é uma emoção que se coloca acima da razão. Quem ama não prende, liberta. Afetos não são algemas. Amar é querer bem. O amor que exige troca, que exige obediência, que tolhe a liberdade é o amor próprio, que quando se faz mais forte do que o amor pelo outro, torna-se destrutivo.Muitos casais costumam fazer cobranças “por seus gestos de carinho”, como se tivessem feito um investimento. Mas o coração não é bolsa de valores, nem banco, que cobra altos juros.
Parece-nos injusto doarmos a nossa vida, renunciarmos, por exemplo, a uma aventura que possa abrir novos horizontes, uma experiência que vá enriquecer nosso acervo de conhecimentos. Nos sentimos roubados, quando não temos a liberdade de praticar esportes, de ir a academias, ou de sair com amigos, sem levar a tiracolo a nossa cara-metade. O verdadeiro amor constrói uma união de duas pessoas inteiras, com liberdade de ação, de independência de pensamentos e desejos.
CONFLITONos tempos atuais, muitos fogem do compromisso amoroso em busca de independência, das coisas que julgamos essenciais para a nossa felicidade. Liberdade é aquele espaço imenso, ilimitado, onde o ser amado não mora. Depois de curtir por algum tempo toda essa autonomia de poder agir, de acordo com a própria vontade, sem opressão, sem alguém que cobre presença, eis que surge um vazio na alma. E, aí, vem a pergunta: de que vale esse deserto cheio de liberdade? Nada daquilo que se almejava parece interessante. É um amontoado de coisas e pessoas inúteis que perderam seu valor naquela imensidão sem limites. Mas não era dos limites que se queria fugir? E o que se há de fazer dessa liberdade conquistada, pelo sacrifício de fugir do amor? E volta-se, então, em busca de braços que aprisionam em abraços.
Saudade de se sentir comprometido pelo afeto. Medo de se sentir amarrado. Deste conflito é que nasce o amor-ódio. Pode-se pensar: Odeio porque amo. E o amor é um cárcere! Mas que saudade de ter alguém que nos importa e que se importa conosco! E o coração bate descompassado pelo conflito. “Melhor ficar sozinho do que mal acompanhado...”
Mesmo que não se perceba, o ser humano é gregário, gosta de fazer parte, de pertencer a um núcleo familiar, de ter objetivos e de assumir responsabilidades. E esse sentimento não escolhe moços ou velhos.
Um indivíduo, emocionalmente amadurecido, não só deseja como assume o vínculo afetivo que é, por certo, uma forma de dependência. Mas que não seja uma dependência infantilizada, na base do “se eu não for, você também não vai...” E sim um laço que, embora invisível, possua a força de união sem que qualquer das partes perca a sua individualidade.
O amor é um sentimento que surge sem intervenção de forças externas. Ninguém o comanda. Ele cresce e desaparece, toma esta ou aquela direção, seguindo apenas as suas próprias particularidades. Tantas vezes impróprias... “O coração tem razões que a própria razão desconhece.”, ensinou Pascal.
Conta uma lenda indígena que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda de um velho feiticeiro da tribo e pediram: - Nós nos amamos e queremos ficar juntos. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer? E o velho, emocionado, ao vê-los tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse: - Há o que possa ser feito: Nuvem Azul deves, apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida. E tu, Touro Bravo, deves caçar, também, apenas com uma rede, a mais brava de todas as águias e trazê-la para mim, viva! Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. E o feiticeiro postou-se na frente da tenda para esperar os dois amantes com as aves.O velho constatou que eram verdadeiramente os formosos exemplares que ele havia pedido e ordenou: - Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Soltem-nas amarradas para que voem livres. Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade de voar, as aves se atiraram uma contra a outra, bicando-se até se machucarem. E o velho disse: - Jamais esqueçam o que estão vendo, este é o meu conselho.Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a ferir um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados. Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal esse post!
Esse artigo fala bem o que é mesmo,
dá para entender porque hoje em dia a maioria dos relacionamentos dura tão pouco, e o porque de serem tão superfíciais as vzs.


"Se você ama alguém, deixe-o livre." (Sting)

"Não são livres todos aqueles que fogem das suas cadeias."
(Gotthold Ephraim)





Bjãooo!! =P

Patrícia Proença disse...

Valeu Vitinho!!!
Com os seus comentários vou querer atualizar sempre o meu blog!

Obrigada pelas visitas e pelos ótimos e inteligentes comentários!

Beijão pra vc!!!!!!!!!!!