sexta-feira, 23 de julho de 2010

Procusto.(Andresa, do Blog Amar... se não amar!)


Na mitologia grega encontramos uma figura bem interessante, porém, muito cruel... Trata-se de um malfeitor chamado Procusto que habitava em uma floresta e possuía uma cama de ferro com a medida exata de sua estatura. Todos os visitantes de Procusto eram forçados a deitar em sua cama e os que eram demasiados altos, tinham o excesso de seu comprimento amputados de modo a se encaixarem na cama. Por outro lado, os visitantes de menor estatura eram esticados até alcançarem o comprimento suficiente.

Conheci essa história bem no início da faculdade, onde o linguista Marcos Bagno comparava as atitudes de Procusto com os métodos tradicionais de ensino que possuíam um molde exato. Os alunos deveriam se encaixar perfeitamente nesse molde, não importando se tivessem de ser amputados ou esticados para isso.

Para os mais jovens talvez essa história não faça muito sentido (como a luta pela liberdade de expressão não fazia muito sentido pra mim, pois já conheci uma sociedade livre, diferente das pessoas que tiveram que lutar por essa liberdade no período da ditadura militar). Hoje os métodos educacionais estão bem mais flexíveis, o aluno pode pensar por si mesmo, é incentivado a criar "seu próprio" método de aprendizagem e é estimulado pelo professor (pelo menos deveria) a ter um olhar crítico diante de tudo que o cerca... O aprendizado vai muito além das quatro paredes da sala de aula, ou à cama de Procusto.

Mas se pararmos para refletir, esse mito de Procusto vai além, muito além da área específica da Educação, pois representa a intolerância do homem em relação ao seu semelhante. Precisamos tomar o cuidado para não agir da mesma forma, pois a nossa tendência é sempre criar "nossos padrões" de vida, de pensamento, de atitudes, de conceitos e "pré-conceitos"...
Amputamos e esticamos muitas pessoas com justificativas banais, e em uma sociedade tão individualista, essas atitudes são consideradas "normais", - Quem já não foi amputado ou cortado algum dia? Quantas vezes já nos sentimos "marionetes" nas mãos de alguém ou de um sistema que insiste em ditar regras?
Não temos o direito de podar as pessoas, seu modo de ver e viver a vida, simplesmente por elas não se encaixarem ao nosso padrão... Assim como ninguém tem esse mesmo direito de limitar nossas ações. Respeito acima de tudo!

3 comentários:

Sotero disse...

As atitudes normais de hoje em dia estão tornando o mundo esse ambiente que conhecemos. =[

abçS

=]http://nolimitedamatematica.blogspot.com/

Patrícia Proença disse...

Gostei desse texto da Andresa,pois eu já sofri com isso,minha vida escolar foi uma castração!Eu tenho certeza q poderia ter feito muitas coisas especias e principalmente meu boletim seria bem melhor hehehe.Lembro q uma professora estava ensinando sobre a missigenação e logo perguntou para todos se alguém sabia q palavra era aquela:Eu q estava prestando atenção vidrada,pois sempre gostei de História,respondi bem firme:_Mistura,professora!E a coitada q só estava preparada para responder frases prontas respondeu:_Não, minha filha!
Nunca mais respondi em sala de aula.
Não lembro o nome dessa professora.
Nem das outras,loucas,alcoólatas,velhas q dormiam na sala e más.
Só lembro, q poucas gostavam de alunos q pensavam e q tinham as suas próprias opiniões.
hehe acho q vou escrever um blog sobre as minhas esperiências escolares heehe

Tão simples assim... disse...

É infelizmente acho que todos nós já sofremos com essa "educação tradicionalista e arbitrária"...

Um beijo no coração Patrícia.